30 de jun. de 2011

Artigo:

Transtornos de ansiedade e exercício físico

Anxiety disorders and physical exercise


Sônia Regina Cassiano de AraújoI; Marco Túlio de MelloII; José Roberto LeiteI
IDepartamento de Psicobiologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo (SP), Brasil
IIDepartamento de Psicobiologia, Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE), Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo (SP), Brasil

Correspondência





RESUMO
OBJETIVO: A maioria dos estudos sobre os efeitos ansiolíticos do exercício físico, até meados da década de 90, foram realizados avaliando-se estados de ansiedade, com indivíduos jovens, universitários ou atletas, que podem ser considerados pré-condicionados, limitando a validade das conclusões para populações com ansiedade patológica. Na atualidade, o número de estudos envolvendo pacientes com transtorno de ansiedade aumentou. O presente estudo tem por objetivo a revisão de artigos que discutem a influência do exercício físico nos transtornos de ansiedade.
MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa no Medline, no período de 1966-1995 e 1996-2006, utilizando-se os descritores: anxiety, panic, phobic disorders, exercise, physical fitness, além de referências cruzadas dos artigos selecionados e análise adicional de referências na literatura específica do tema.
RESULTADOS: Os achados demonstraram desenhos heterogêneos assim como limitações metodológicas. As publicações mais recentes são promissoras e acenam para a utilização de exercícios físicos aeróbios como auxiliares das terapêuticas tradicionais no tratamento dos transtornos de ansiedade.
CONCLUSÃO: Verificou-se que os exercícios aeróbios cuja intensidade não ultrapasse o limiar de lactato podem ser os mais apropriados, mas ainda não esclarecem as implicações dos exercícios anaeróbios, sugerindo cautela na prescrição de exercícios para indivíduos com ansiedade patológica, principalmente em relação aos exercícios anaeróbios.

Descritores: Ansiedade; Pânico; Transtornos fóbicos; Exercício; Aptidão física

Revista Brasileira de Psiquiatria

Print version ISSN 1516-4446

Rev. Bras. Psiquiatr. vol.29 no.2 São Paulo June 2007 Epub Nov 27, 2006

doi: 10.1590/S1516-44462006005000027 

16 de jun. de 2011

Dica:

Ao realizar exercícios físico em ambiente externo é muito importante a utilização de protetor solar, roupas claras e leves, uma boa hidratação e principalmente observar o horário em que vai realizar a atividade desejada. Tudo isso deve ser acompanhado pelo professor de educação física, assim terá mais tranquilidade e segurança além de melhores resultados ao seu treino pois incrementos são necessários ao longo deste período e só seu treinador saberá a hora correta de fazer os devidos ajustes. Vale lembrar que antes de iniciar qualquer exercício físico é muito importante realizar exames clínicos e físico para uma melhor elaboração do seu treinamento. Bom treino.
Grimaldo Ferreira

7 de jun. de 2011

ARTIGO

Mais um artigo sobre flexibilidade assunto que nos cercam de muitos debates.


O TREINO DA FLEXIBILIDADE MUSCULAR E O AUMENTO DA
AMPLITUDE DE MOVIMENTO: UMA REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA

RESUMO                                                  

O treino da flexibilidade muscular
põe em evidência uma série de
princípios neurofisiológicos e um
conjunto intrincado de propriedades
musculares e visco-elásticas. São
diversos os métodos de estiramento
realizados nos contextos clínico e
desportivo. Apesar da sua utilização
ser comum, não é usual os profissionais
de saúde e educação
reflectirem sobre as componentes
e eficácia dos diversos métodos de
estiramento. Neste artigo, realizamos
uma revisão crítica dos diversos
métodos utilizados no treino de
flexibilidade, assim como dos princípios
e parâmetros que com eles
se relacionam. Daremos especial
ênfase aos princípios em que se
baseia a facilitação neuromuscular
proprioceptiva e os diversos métodos
de relaxamento local, como o
aquecimento. Para além disso, teremos
em conta os dados reveladores
relativos ao paradoxo do Coeficiente
de elasticidade, os quais
podem ajudar a conceber uma
filosofia de intervenção do treino de
flexibilidade divergente relativamente
ao que classicamente tem sido
defendido e efectivado.


AUTORES
Luís Filipe dos Santos Coelho
1
do Consultório e Clínica de Reabilitação, Lda.          http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/mot/v4n4/v4n4a08.pdf
- Lisboa
1Fisioterapeuta e Professor de Pilates

3 de jun. de 2011

A polêmica do alongamento. Polêmica ou falta de conhecimento?


Profa. Ms. Gizele de Assis Monteiro

Não são poucas as polêmicas, ou melhor, as teorias que cercam o alongamento. A última é que os alongamentos aplicados como parte de um aquecimento fazem com que a performance das manifestações de força e velocidade sejam diminuídas. Acho que é bom avisar o Michael Phelps, quem sabe ele bate mais um recorde. Para um ginasta então, já pensou saltar mais alto e potente. Quem já não viu esses atletas fazerem uso dos famosos alongamentos?

Infelizmente a grande polêmica está nos próprios autores das pesquisas e nos professores que propagam essa informação sem analisar a quantidade de estímulos aplicados. Talvez seja pela falta de experiência prática com o estímulo. O que normalmente não é citado é que temos dois tipos de respostas nos estudos, os que encontram os efeitos negativos na força e os que não encontram efeitos negativos na força e infelizmente são divulgadas apenas as informações de que o alongamento tem influência negativa. Exemplificarei com os próprios estudos.
Cramer e seus colaboradores em 2004 analisaram o efeito agudo do alongamento estático sobre a força do quadríceps e realmente encontraram um efeito negativo do uso do alongamento. No entanto temos que nos atentar para a carga desse estímulo aplicada: foram 4 exercícios para o músculo quadríceps dividido em  4 séries de 30 segundos em cada exercício. Somando o total do tempo, temos 8 minutos de alongamento no mesmo músculo. Se o profissional conhece um pouco de alongamento verá que essa carga é o bastante para treinar e não para ser utilizado como parte de um aquecimento. Portanto ao invés de afirmar que o alongamento como parte de um aquecimento diminui a força, deveria ser concluído que o treino da flexibilidade antes do treino de força irá influenciar diminuindo a força.
Um resultado bem interessante, agora sem a interferência na força, foi realizado por Egan e seus colaboradores em 2006. Um detalhe a parte, esse grupo de pesquisadores são do mesmo laboratório do estudo anterior citado.  Nesse estudo analisaram o efeito agudo do alongamento estático sobre a força do quadríceps com carga também semelhante ao estudo anterior e acompanharam o seu efeito até 45 minutos após a aplicação do alongamento. Como resultado o alongamento “não” produziu mudanças na força em nenhum tempo analisado. Os autores atribuíram esse resultado como efeito de um treinamento anterior a esse estímulo.
Talvez isso explique o porquê o ginasta faz isso o tempo todo e não tem interferência em sua performance, e também o porque o Michael Phelps continua se alongando no aquecimento.
Mas vamos apimentar mais, um estudo organizado por Little e Williams em 2006 utilizaram o alongamento estático e o dinâmico, mas agora com uma carga e tempo compatíveis com o tal aquecimento, somou-se o total de 6 minutos de alongamento em vários grupamentos musculares em ambos os lados. Realizando testes de sprint (10 e 20 metros e teste de zigue-zague) os autores encontraram a redução nesses tempos, principalmente com o alongamento dinâmico, portanto a aplicação do alongamento teve um efeito positivo sobre a velocidade.
O alongamento dinâmico até pouco tempo condenado a ser um estímulo lesivo hoje observa-se que mesmo utilizado em carga semelhante ao alongamento estático não interfere na força, como o estudo realizado por Bacurau e colaboradores em 2009. Mesmo com uma elevada carga utilizado nos músculos isquiotibiais os estímulos não tiveram efeito negativo sobre a força máxima e força de resistência.
Será que realmente existe polêmica no uso do alongamento, ou será que estamos criando teorias por desconhecer esse estímulo e não saber como e quando aplicá-lo?

Referências:
Cramer et al (2004). Acute effects of static stretching on peak torque in women. J. of Strength and Conditioning Research, 18(2), 236-241.
Egan et al (2006). Acute effects of static stretching on peak torque and mean power output in national collegiate athletic association division I women’s basketball players. J. of Strength and Conditioning Research, 20(4), 778-782.
Little & Williams (2006). Effects of differential stretching protocols during warm-ups on high-speed motor capacities in professional soccer. J. of Strength and Conditioning Research 20(1), 203-207.
Bacurau et al (2009). Acute effect of a dynamic and a static flexibility exercise bout on flexibility and maximum strength. J. of Strength and Conditioning Research, v23, 304-308.