2 de fev. de 2011

ARTIGO:

Revista Brasileira de Medicina do Esporte

version ISSN 1517-8692

Rev Bras Med Esporte vol.16 no.5 Niterói Sept./Oct. 2010

doi: 10.1590/S1517-86922010000500005 

ARTIGOS ORIGINAIS
APARELHO LOCOMOTOR NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE

Relação da força explosiva e potência muscular com a capacidade funcional no processo de envelhecimento

Rodrigo Maciel Andrade; Sandra Marcela Mahecha Matsudo
Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - Celafiscs São Caetano do Sul São Paulo - SP
Endereço para correspondência

INTRODUÇÃO
A potência muscular tem sido apontada como a melhor preditora de limitação funcional e declínio da qualidade de vida quando comparada à força máxima(1-5), por representar o trabalho muscular por unidade de tempo, o que poderia ajudar na adoção de uma estratégia mais adequada para a execução de atividades diárias, como estabilização do corpo, prevenindo e/ou diminuindo o risco de queda(2). Exemplos disto são os valores de correlações significantes encontrados na literatura entre potência muscular e capacidade funcional em idosos(1,3,6).
Outro ponto que tem recebido atenção durante o processo de envelhecimento é o comportamento das variáveis determinantes da potência muscular, força muscular e velocidade de deslocamento.
De Vito et al.(7), ao analisarem estas variáveis, identificaram que as alterações na potência muscular decorrentes do avanço da idade poderiam ser melhor explicadas pela diminuição na velocidade de contração muscular do que pela capacidade de gerar força muscular.
Corroborando com tais achados, uma diminuição significante na frequência de desenvolvimento de força ou força explosiva(8), com o avanço da idade, tem sido relatada na literatura(9-13), sugerindo que a velocidade para se atingir uma dada força parece ser mais importante do que a própria magnitude de força e potência para a manutenção da independência com o avanço da idade(2).
Entretanto, os estudos que buscaram estabelecer respostas adaptativas destas variáveis no envelhecimento utilizaram mecanismos isotônicos(3) e isocinéticos(4) em sua determinação, portanto, com variação da sobrecarga, condição que não corresponde ao experimentado em ações diárias em que se faz necessário acelerar a própria massa corpórea, condição denominada isoinercial(14).
Sendo assim, pode-se supor que a potência muscular e a força explosiva produzidas em condição isoinercial seriam capazes de representar melhor as adaptações na capacidade funcional experimentadas com o envelhecimento, também classificadas como isoinercial por dependerem da movimentação da massa corporal(14).
Contudo, até o presente momento, não é de nosso conhecimento a existência de estudos que buscaram tal elucidação.